Virada de chave ou O que acontece no nosso cérebro quando aprendemos algo novo?


Virada de chave

Na administração, uma das 3 medidas de tendência central é chamada de  moda, que é aquele resultado mais recorrente no conjunto, ou seja, com maior frequência ou em uma linguagem mais informal, a moda, como conhecemos, corresponde ao que mais se repete. Ultimamente, consumindo podcasts, vídeos e lendo bastante na internet, notei a recorrência de um termo que está na moda e coloquei-o logo ali em cima, no título desse texto para aprofundarmos sobre a tal: virada de chave. 

O termo representa uma ação que antecede outra ação. Quando vira-se uma chave de um carro, por exemplo, o que acontece? Liga-se o carro.

Tá, mas você pode estar pensando, você falou de administração, moda... mas, onde quer chegar? Foi aí então que a "chave virou" pra mim. Assistindo uma aula, ouvi novamente a expressão e comecei a pensar na literalidade da palavra, levando-a para dentro da nossa cabeça, como é isso lá dentro? Que chave é essa no nosso cérebro? 

O que acontece no nosso cérebro quando aprendemos algo novo?

O nosso cérebro tem a incrível capacidade de gerar novas conexões para se adaptar às mais diferentes situações que enfrentamos ao longo da vida. Aprendemos a entender os estímulos presentes no ambiente, a compreender as conversas de nossos pais e familiares, aprendemos a identificar objetos, falar, andar, ler, escrever, fazer contas e por aí vai. Tudo isso é possível devido ao que chamamos de: neuroplasticidade. Mais do que permitir que nos adaptemos às situações, a neuroplasticidade é a chave, que quando virada ajuda a facilitar as coisas para nós ao longo do tempo. 

Quanto mais aprendemos sobre e praticamos um novo conhecimento ou habilidade, mais facilmente conseguimos desempenhar essa atividade. Mas isso requer tempo e prática. Requer comprometimento. Requer que façamos o trabalho. Tanto no curto, quanto no longo prazo.

De acordo com Lara Boyd, neurocientista e fisioterapeuta da Universidade da Columbia Britânica, no Canadá, nossos cérebros podem se modificar de três formas: química, estrutural e funcional.

1 – Alterações químicas

o cérebro é capaz de aumentar a quantidade ou a concentração dos sinais químicos trocados entre os neurônios quando estamos aprendendo algo ou realizando uma atividade específica acerca de um conhecimento ou uma habilidade

2 – Alterações estruturais

Quanto mais aproveitamos o poder dessas alteraçãoes químicas para realizamos essas atividades ao longo do tempo, mudanças estruturais ocorrem em nossos cérebros, contribuindo para a memória e o aprendizado.

Essa mudança acontece a partir da alteração nas conexões neuronais, e pode contribuir para a formação de redes integradas de regiões cerebrais que atuam em conjunto para apoiar o aprendizado. 

3 – Alterações funcionais

Conforme utilizamos tais regiões do cérebro para uma atividade específica, fica mais empolgante e fácil usá-las novamente. A química muda. A estrutura muda. E o cérebro começa a mudar também 

Ainda segundo Boyd, "o comportamento de cada indivíduo é o maior responsável pela neuroplasticidade e, por isso, cada pessoa que deseja aprender algo ou desenvolver uma habilidade precisa praticá-la, pois não existem atalhos."

Quanto mais fazemos algo no qual desejamos ser bons, melhor ficamos ao longo do tempo.



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